domingo, 21 de novembro de 2010

Na luta por justiça e igualdade social

Arquivo Pessoal -  Edna
Dia 20 de Novembro, foi marcado pelo dia da morte de Zumbi dos Palmares.
 Che Guevara foi um dos lideres de um dos quilombos que existiam no Brasil,  lutou pela liberdade do negro contra a escravidão e  morreu em 1695 em um combate, defendendo seu povo e sua comunidade.
 “Dia da Consciência Negra” considerado como feriado em mais de 350 cidades do País é dedicado a reflexão sobre a presença do negro na sociedade brasileira, marcada pela conquista da liberdade desse grupo.
Hoje a lei brasileira, obriga as escolas a ensinarem os temas relativos à história dos povos africanos em seu currículo. Os Parâmetros Curriculares Nacionais estabelecem que a diversidade cultural do país deva ser trabalhada, para combater a discriminação.
Ocorreu em São Bernardo do Campo, neste dia 20 uma caminhada onde se encontraram representantes de entidades religiosa afro, alguns políticos entre eles o deputado federal Vicentinho e também a Educafro, rede de pré vestibulares comunitários afrodescendentes e carentes, todos com objetivo da liberdade da justiça social. O grito de guerra da Educafro foi:
Che, Zumbi, Antonio Conselheiro:
Na luta por justiça

Somos todos companheiros!
Edna R.

Encontro com Milton Santos " O mundo global visto do lado de cá"

Seria fácil elencar os danos causados pela ganância do homem, e também o que tem movido o sistema mundial globalizado a ser tal como é.
O Globaritarismo aliado ao capitalismo destruiu e vem destruindo os homens, os espaços físicos e comercializando a riqueza natural de nossa terra, este mal que nos assola e nos impede de enxergar com nossos olhos, mas que nos permite sentir na própria pele os efeitos devastadores causados pela soberba visão de mundo que certamente nos foi imposta e continua nos oprimindo.
 Permita-me expor de forma simplória o mundo que mais nos seria adequado, no qual a força motriz seria a igualdade e empatia entre os povos da terra.
Assim como desejava Milton Santos, para isto a transformação começaria a partir de "dentro", ou seja, na consciência dos que dominam; na mentalidade dos subjugados, reconhecendo que não nos foi dado o poder para privar o outro de comer sendo que nossa terra produz mais do que o suficiente para nos alimentarmos, neste sentido entendo que a questão não está vinculada a produção e sim ao problema da má distribuição do que é produzido.  E quanto a água pertence a quem, e quem deveria decidir por isto? E quanto ao espaço físico quem deveria decidir quem vai ocupá-lo?
 Se a terra ou espaço físico que ocupamos é único, porque os homens acharam por bem demarcá-lo, dividi-lo e comercializá-lo não permitindo que todos os indivíduos ocupem um espaço sem conflitos sangrentos?
A lógica do mercado é cruel e a mídia vende ilusão, pois privilegia quem tem poder aquisitivo, e quanto às empresas que compõe o sistema capitalista não possuem nenhuma ética seja ela moral ou social e desta forma tem prejudicado os menos favorecidos, como disse um integrante do MST no documentário: “Se valemos o que temos no bolso, eu não estou valendo nada, pois não tenho P... nenhuma.”
 O desemprego tem sido encarado como um sintoma comum dessa globalização mal sucedida, todos estes efeitos tem privado os seres humanos da liberdade e como disse Saramago no mesmo documentário, nós sentimos como se nossa democracia tivesse sido seqüestrada e amputada.
Prefiro acreditar que ainda somos humanos e não mercadorias ou meros usuários vazios de ser e repletos da ânsia de ter.
Assim como enfatizou Milton Santos acreditamos nos ensaios da humanidade, ensaios estes que transformem permanentemente nossa humanidade.

 Há novos céus (governos) e uma nova terra (humanidade) que aguardamos segundo a sua promessa e nestes há de morar a justiça. 2 Pedro 3:13

Trecho do documentário "O mundo global visto do lado de cá" click aqui    Kelly Martins

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Sou Cidadão?

Infelizmente, podemos dizer que o espaço que um indivíduo ocupa é o quanto de cidadão ele merece ser, se ocupa um lugar-espaço onde as suas condições financeiras o façam levar uma vida melhor, mais oportunidades esse indivíduo vai obter, caso contrário, as portas para este indivíduo serão mais difíceis de se abrir, ou seja, seu caminho para conquistar seu próprio direito a cidadão é mais árduo.
Dependendo do lugar onde se trabalha a pessoa tem um salário melhor, uma pessoa que executa o mesmo serviço em uma região menos favorecida pode ter um salário diferente do que aquele que trabalha em uma região onde o seu status é melhor.
A urbanização é dividida conforme sua classe social, conforme as cidades vão crescendo novos planejamentos surgem, sempre em favor dos mais bem sucedidos economicamente.
O homem produtor é aquele que não encontra a acessibilidade, ele produz, como em indústrias ou em áreas agrícolas, e têm dificuldade no acesso ao produto produzido, criando-se assim o monopólio. Pode ser que o produto produzido seja mais barato em um outro local mais próximo, mas o acesso a esse local é muito ruim, então o homem consumidor é obrigado a consumir os produtos produzidos pela sua mão-de-obra a preços que para o salário recebido seria surreal.
Esses cidadãos, por morarem em um local distante, também não têm acesso a serviços públicos, e o preço do serviço privado também é maior.
Estudos revelam que o lazer, como cinemas, teatros, museus, restaurantes e hotéis, estão localizados em bairros onde a concentração de renda é maior.
O sistema capitalista divide sua população entre os proprietários dos bens de produção e os portadores da força do trabalho, essas pessoas podem até morar perto uma das outras, mas não freqüentam os mesmos lugares culturais, elas dividem o espaço de maneira distinta. O indivíduo não possui o mesmo valor enquanto produtor e enquanto consumidor.
Podemos atribuir esses problemas à política do nosso país, esse sistema capitalista em que vivemos, os partidos são um agrupamento de pessoas que comungam as mesmas idéias básicas quanto ao futuro da nação, mas na realidade não é isso que podemos observar.
O que estamos vivenciando é o aparecimento de vários partidos, cada um com uma promessa de cumprir objetivos que não equivalem às necessidades da população, se a nação é uma só, os seus problemas são únicos, como os partidos podem entrar em contradição nas promessas que fazem?
 Se são pessoas que entram para a política com o mesmo intuito de cuidar do seu povo, todos deveriam ter a mesma proposta, pois os problemas não mudam, e não dicotomizar a população e, com essa diversidade de propostas de soluções para os “problemas”, causa no eleitor certa confusão, os cidadãos precisam se conscientizar dos seus direitos e criar um novo caminho, a partir de um novo modelo cívico.
O modelo cívico deve ser primordial, e o econômico subordinado a ele, e a política orientada por ele, com isso, se forma um alicerce a solidariedade social.
Para conseguirmos que isso ocorra, é preciso que ocorra também uma conscientização da população, a nação precisa parar com essa ideologia implantada em suas ações, como diz Milton Santos em O Espaço do Cidadão (1987):
“A capacidade de enxergar e lutar não decorre da história social que a condiciona, mas da essência humana, comum a todos os indivíduos.” (pg. 100).
No livro Pedagogia da Autonomia ( 2002), Paulo Freire relata uma conversa que teve com uma mulher sofrida, em São Francisco, Califórnia:
" Você é norte-americana?
 Não. Sou pobre, respondeu como se estivesse pedindo desculpas à norte-americanidade, por seu insucesso na vida. Me lembro de seus olhos azuis marejados de lágrimas expressando seu sofrimento e a assunção da culpa pelo seu "fracasso" no mundo. Pessoas assim fazem parte das legiões de ofendidos que não percebem a razão de ser de sua dor na perversidade do sistema social, economico, político em que vivem, mas na sua incopetência. Enquanto sentirem assim, pensarem assim e agirem assim, reforçam o poder do sistema. Se tornam coniventes da ordem desumanizante." ( p. 93 )
Pensando no texto, lembramos de uma música da Pitty que aborda exatamente o que estamos refletindo.

Formas de linguagem


O homem é um ser social, precisa se comunicar e viver em sociedade. A fala é o meio mais usado de se expressar, mas não é o único, também nos comunicamos de várias outras formas, como a escrita e também através de desenhos, como os utilizados em placas de transito, etc. A fala varia conforme a regionalidade do indivíduo e seu grau de formação, a língua é viva e, portanto, ela não se apresenta estática. Segundo Dino Preti, o estudo das variedades lingüísticas são subordinadas a dois amplos campos:
1-      Variedades geográficas:
Falares regionais ou dialéticos
- linguagem urbana X linguagem rural
2-      Variedades sócio-culturais:
Variedades devidas ao falante
- dialetos sociais
- grau de escolaridade, profissão, idade, sexo, etc
Variedades devido à situação
- níveis de fala ou registros ( formal/coloquial)
- tema, ambiente, intimidade ou não entre os falantes, estado emocional do falante. As variedades geográficas mudam a forma da língua, podemos tomar como exemplo o Sudeste do Brasil, a forma distinta da linguagem entre Minas Gerais e Rio de Janeiro, assim também é entre as formas da língua urbana e rural, há variações na língua condicionadas a aspectos geográficos, Em suma, todas as formas de linguagens estão corretas, levando em consideração a regionalidade do indivíduo, sua formação, sua profissão e seu nível cultural.

Tatiana Mayume

Teatro Mágico click aqui

Identidade


Maria, carregando coco
Quando falo de identidade acredito que tem tudo a ver com o lugar ou país de onde viemos, da família, dos valores concebidos até a idade adulta. Todo esse leque de conhecimentos vão formando essa relação de valores que se acumulam ao longo de nossas vidas e uma vez formados dificilmente poderão ser desfeitos. É por isso que existe esse ditado popular que diz: A Maria deixou o mato mais o mato não a deixou.  
Essa relação entre cultura e identidade de um povo vai ficando tão intrínseca que ao vê-los já conseguimos identificar a qual região pertencem. Recentemente viajei para o norte do Brasil e ficou bem clara essa distinção entre os sotaques e costumes regionais, pois é bem diferente de outras regiões do Brasil que conheço, por exemplo, São Paulo.
            Eu respeito cada pessoa com seus costumes, sotaques e saberes, acredito que todos são capazes de produções inteligentes. A potencialidade de cada um pode e deve ser desenvolvida, não importa de onde a pessoa venha, o importante é o empenho pessoal de cada individuo, isso é saber pensar, agir, e ser diferente mais não incapaz.  Constituímos-nos através das relações e experiências isto nos possibilita desenvolver um olhar sempre crítico às perspectivas do futuro construindo nossa identidade.

Maria dos Anjos

Dicotomizar ou Agrupar?



Será que servem a sociedade civil ?

Muitas vezes me questiono a respeito da dicotomia existente ao redor do globo terrestre, como podem aqueles semelhantes a nós querer governar sobre nós?
O que torna uns melhores que os outros?
A riqueza ou a forma como expressamos ou cultivamos determinadas ações e sentimentos.
Se todos nós independentes da classe social ideologicamente imposta somos seres pensantes, por que então não nos agrupamos em prol de um único objetivo que seria o de não vermos o nosso semelhante padecer de alimento, moradia,  vestimenta e afeto não importa onde estejam.
Penso que embora se crie muitas saídas à marginalização, a miséria, a falta de emprego estes efeitos são temporários e atingem o menor número possível de pessoas, pois estão em andamentos muitas ideologias massacrantes.
Ainda que o interesse destas entidades ‘ONGs’ fossem puramente benéficos estariam longe de resolver questões muito mais abrangentes, tais como a falta de empatia, amor e a falta de paz nas relações com o mundo e consigo mesmo.
As doenças, as guerras, as injustiças decorrentes da ganância e do poder corrompido exercidos até mesmo por aqueles que ocupam posições privilegiadas na sociedade cívil, nos palácios governamentais ou nas ONGs situadas em meio a comunidades carentes.
Qual o papel do pedagogo?
Bem, pedagogo significa: aquele que conduz pela mão. A quem vou conduzir?
Não sei claramente, pois está mudando a cena do mundo.
Ainda espero coordenadas seguras a fim de me conduzir como educadora ao lugar certo e assim poder conduzir com segurança a outros.
Sem dicotomizar e sim agrupar, acolher e possivelmente transformar.

Não é do homem terreno o seu caminho.
Não é do homem que anda o dirigir o seu passo.  Jeremias 10:23

kelly Martins

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O Espaço

                                                          
Olhe a sua volta
Será que estamos comprimidos quanto ao espaço dentro de nós mesmos?
O que é preciso para olhar a nossa volta?
 A que crise foi submetida os poderosos?
Ter ou Ser, eis a questão?
Ser humano, ser solidário, ser, ser, ser...
Alargai-vos, não se comprimam!
Ter ambição desregrada, ter preconceito, ter poder, ter tudo o que o sistema de coisas pode oferecer.
Lucro?   A quem diga que sim.
Prejuízo? Milhares de seres humanos vivenciam e anunciam que a décadas choram, sofrem, morrem, se calam.
Falência, miséria, egoísmo são apenas alguns dos sintomas da “doença” sofrida e evidenciada pela humanidade e a Terra, que por assim dizer dão seus últimos suspiros, esperando, esperançando, implorando ser o que fora outrora.
E você o que fará, como o fará?
Quem está habilitado para reverter tal situação?
Motivação, o que motiva a sua ação?
O que tens cultivado no solo de teu coração, quais as sementes que germinarão, que frutos oferecerão?
Depende da qualidade do solo e como o cultiva, por isso pense, reflita, pondere e acima de tudo aja.




Quais sementes?


O que te motiva?





 Te convido a uma reflexão, a sensibilizar-se diante da realidade que se apresenta, das desigualdades sociais que nos anulam como cidadãos e que roubam nossa identidade.                                                                                          

 

                                                                        
  
       

Miséria, egoismo, súplicas...





Texto: kelly Martins   fotos : Sebatião Salgado